Tratava-se de um individuo macho adulto que, de acordo com veterinários de projeto de monitoramento na região da Área de Proteção Ambiental no litoral catarinense, encontrava-se em bom estado de saúde
Brasília (28/08/2017) - Um lobo-marinho-subantártico (Arctocephalus tropicalis) foi visto descansando na praia do Sol, na Área de Proteção Ambiental (APA) Baleia Franca, no município de Laguna, em Santa Catarina, por integrantes do Projeto de Monitoramento de Praia da Bacia de Campos (PMP/BC). De acordo com a equipe, o animal foi avistado entre os dias 14 e 18.
Tratava-se de um individuo macho adulto que, de acordo com os veterinários do projeto, encontrava-se em bom estado de saúde. Essa espécie pode ser facilmente identificada pela coloração branca amarelada que se estende desde o focinho até o peito. Os machos são maiores do que as fêmeas e apresentam no topo da cabeça um topete.
Assim como os golfinhos e as baleias, o lobo marinho é um mamífero adaptado a viver no ambiente aquático. No entanto, utiliza o ambiente terrestre para reproduzir e descansar. Durante o inverno, após o período reprodutivo, alguns indivíduos, principalmente machos adultos, costumam percorrer grandes distâncias em busca de alimento.
Estudos genéticos apontam que a maioria dos indivíduos do lobo-marinho-subantártico encontrados na costa brasileira se reproduz na Ilha de Gough, distante aproximadamente 4.000 quilômetros do Brasil. Essa longa jornada faz com que alguns indivíduos utilizem praias na costa brasileira para descansar.
"Esses animais costumam ficar bem à vontade na praia, geralmente deitados com as nadadeiras junto ao corpo, em alguns casos podem ficar se esfregando na areia ou até mesmo sentados se coçando", disse o doutor em Oceanografia Biológica Jonatas Prado, bolsista GEF Mar/ICMBio/APA da Baleia Franca.
Segundo ele, apesar de não serem agressivos, quando molestados, os lobos-marinhos podem representar risco à segurança das pessoas. Portanto, ao ver um lobo marinho na praia é fundamental manter distância. Além de garantir a integridade, essa atitude permite que o animal descanse e, assim, recupere suas energias para retornar ao ambiente marinho.
Embora a APA da Baleia Franca tenha sido criada especificamente para proteger a baleia franca (Eubalaena australis), sua finalidade maior é salvaguardar a representatividade de porções significativas e ecologicamente viáveis dos diferentes habitats e ecossistemas da região. A manutenção dessas porções naturais é essencial para garantir a biodiversidade da região, permitindo que as diferentes espécies possam realizar as atividades vitais do seu ciclo de vida, como alimentação, descanso e reprodução.
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Fonte: ICMBio com informações de Jonatas Prado.