Maria Pennachin, uma adolescente de 16 anos, desenvolveu no laboratório de sua escola um canudo biodegradável feito a partir de amido de inhame. O canudo, além de poder ser descartado sem o risco de prejudicar a natureza, pode também ser consumido.
Desenvolvido no laboratório do Colégio Estadual Culto à Ciência, em Campinas (SP), onde a menina estuda, com a ajuda das orientadoras Aloísia Moretto e Claudia Caniati, o projeto surgiu como atividade acadêmica. Maria contou à EPTV, afiliada da Rede Globo na região, que a ideia surgiu de seu interesse pela discussão de proibição de canudos plásticos. “Me despertou muito [o interesse] quando começou a aparecer essa problemática. Quando vem uma proibição, precisa de uma alternativa. Então eu mesma quis ir atrás dela”, explica.
A estudante explicou ainda como surgiu a ideia para o material. “Eu já era consumidora do inhame, e só de observar na cozinha de casa a baba que ele solta, eu achei interessante, quando comecei a trabalhar com bioplástico, acrescentar o inhame também, que é pouco explorado nessa área.”
Vinagre também foi utilizado na fórmula e serviu como antibacteriano e antifúngico, além de manter a qualidade comestível do produto. Segundo Maria, conforme os testes foram feitos e os fungos iam aparecendo nas amostras, ela ia adaptando as quantidades até obter a fórmula atual, antifúngica. O canudo é ainda de consistência amolecida, mas não se desfaz em contato com líquidos.
Apesar de considerar ter atingido um resultado satisfatório, Maria quer melhorar o produto. “Tem a firmeza do canudo, ainda quero investigar e ir mais além nisso. Também fazer uma linha vegana, porque a gelatina [um dos ingredientes na composição] não atenderia esse público, e até melhorar o sabor, fazer uma coisa mais interessante para o público infantil”, diz, em referência à falta de sabor da massa de amido de inhame.
Mesmo que a desenvolvedora ache que ainda tem o que melhorar no canudo, o projeto já foi premiado com o 1º lugar na edição deste ano da Feira Nordestina de Ciência e Tecnologia (Fenecit), na categoria meio ambiente.
Este prêmio concedeu a Maria o credenciamento para uma feira de ciências internacional nos Emirados Árabes como representante do Brasil. Para comparecer ao evento, que vai acontecer em setembro de 2019, a aluna e suas orientadoras estão aceitando patrocínio.
Fonte: Emily Santos - CicloVivo.