05/11/2018 Clima mortal pode aumentar em 50 por cento até 2100

Clima mortal pode aumentar em 50 por cento até 2100

Chamas consumiram árvores perto de Fort McMurray, em Alberta, em 6 de maio de 2016. Esse incêndio florestal devastador é um dos inúmeros eventos recentes considerados em um novo estudo sobre desastres futuros. Foto: COLE BURSTON, AFP/ GETTY IMAGES.

À medida que as mudanças climáticas criam caos no planeta, ondas de calor, secas e outros efeitos meteorológicos extremos podem se tornar cada vez mais comuns, afirma estudo. 

 

As secas, ondas de calor, incêndios florestais e enchentes sem precedentes do último verão no hemisfério norte foram relacionados às condições atmosféricas resultantes do rápido aquecimento do Ártico. Com o contínuo aquecimento global, as condições que geram esse tipo de clima extremo destrutivo e duradouro se intensificarão em média 50 por cento e poderão chegar a 300 por cento, revela novo estudo no periódico Science Advances.

 

Os incêndios florestais da Califórnia, nos EUA, e a onda de calor na Europa foram os piores de todos os tempos. Os incêndios florestais sem precedentes no Ártico e enchentes no Japão também estão ligados a uma corrente de jato mais lenta que mantém os sistemas climáticos imobilizados, afirma Michael Mann, cientista climático da Universidade do Estado da Pensilvânia e autor principal do estudo.

 

Não foi só o último verão. As secas do Texas e Oklahoma, também nos EUA, em 2011, as enchentes europeias em 2013, os incêndios florestais da Califórnia em 2015 e os incêndios florestais de Alberta, no Canadá, em 2016 estão todos relacionados a um Ártico mais quente que está interferindo no fluxo da corrente de jato.

 

 

“Estamos observando os impactos das mudanças climáticas se desenrolarem em tempo real em nossas televisões e no noticiário”, conta Mann.

 

Esses eventos ficarão cada vez mais frequentes e intensos com a ocorrência contínua da queima de combustíveis fósseis, explica ele. “As coisas podem piorar muito se não forem implementadas medidas imediatas para a redução das emissões de carbono”.

 

Esse estudo é revelado ao mesmo tempo em que uma nova pesquisa publicada na revista Nature  sugere que os oceanos do planeta vêm absorvendo mais calor nos últimos anos do que se supunha. O que isso implica é que o planeta poderia estar caminhando para um aquecimento ainda mais acelerado em consequência das emissões de gases do efeito estufa, o que, por sua vez, poderia afetar ainda mais o clima.

 

Um rio aéreo

 

Os ventos de elevada altitude do oeste para o leste, conhecidos como corrente de jato, são deslocados pela diferença de temperatura entre o ar gelado do Ártico e o ar quente dos trópicos. O Ártico está aquecendo duas a três vezes mais rapidamente do que qualquer outro lugar, o que reduz a diferença de temperatura e desacelera a corrente de jato. Como um rio que corre devagar, uma corrente de jato mais lenta também se torna sinuosa e pode chegar a parar por semanas, às vezes, durante o verão.

 

As projeções de modelos climáticos sobre a frequência com que a corrente de jato ficará estagnada e provocará eventos extremos a partir de agora até o ano de 2100 variam de um leve declínio até um aumento de 300 por cento, disse Kai Kornhuber, coautor do estudo e pesquisador do Instituto de Pesquisas sobre os Impactos Climáticos de Potsdam, na Alemanha. Não existem dados suficientemente sólidos em longo prazo—e os diversos modelos climáticos tratam de forma diferente as complexidades da nebulosidade futura e de partículas minúsculas chamadas de aerossóis provenientes da poluição atmosférica—disse Kornhuber em uma entrevista.

 

“No entanto um aumento de 50 por cento é muito provável e essa estimativa é provavelmente conservadora”, conta.

 

O papel importante do carvão

 

A desativação de usinas a carvão minimizaria futuramente a probabilidade de verões como o de 2018, também demonstra o estudo. As usinas a carvão são uma importante fonte de dióxido de carbono (CO2), que aprisiona o calor do Sol. Elas também são uma fonte expressiva de poluição atmosférica na forma de pequenas partículas ou aerossóis que refletem parte do calor do Sol, causando resfriamento local.

 

 

“A redução da poluição atmosférica de países industrializados poderia efetivamente restaurar parte da diferença de temperatura natural entre as latitudes médias e o Ártico”, afirma Stefan Rahmstorf, coautor do estudo e cientista climático do Instituto de Pesquisas sobre os Impactos Climáticos de Potsdam.

 

E isso contribuiria para evitar um futuro aumento de paralisações na corrente de jato e de eventos meteorológicos extremos associados. “Se quisermos evitar que perigosos eventos meteorológicos se acentuem, a redução rápida do uso do carvão seria uma ideia muito boa”, afirmou Rahmstorf em um comunicado à imprensa.

Fonte: Greenpeace Brasil.




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