Após veto duvidoso Temer terá que explicar ao governo da Noruega o aumento do desmatamento na Amazônia
No último dia 19 o anúncio do veto integral realizado pelo presidente Michel Temer à Medida Provisória (MP) 756 e parcial da MP 758, que se referem a redução de florestas protegidas no Pará e em Santa Catarina, recebeu fortes críticas porque manteve apenas a desafetação de trecho do Parque Nacional do Jamanxim (PA) sobreposto ao projeto da ferrovia conhecida como “Ferrogrão”. Além disso, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV-MA), anunciou, em vídeo, que o governo enviará ao Congresso um projeto de lei, em regime de urgência, para retomar a desproteção de mais de 480 mil hectares da Floresta Nacional do Jamanxim. Veja o vídeo aqui.
Três dias depois, nesta quinta-feira (22), Temer terá que prestar esclarecimentos ao governo da Noruega a respeito do aumento do desmatamento na Amazônia, sendo que o país europeu tem investido no Fundo Amazônia. Em carta, o ministro do Meio Ambiente da Noruega, Vidar Helgesen, cobrou Sarney Filho sobre a alta das taxas de desmatamento. De acordo com Helgesen, a escalada do desmatamento em 2015 e 2016 revela uma “tendência preocupante”, e da reversão dessa tendência “determinará o futuro de nossa parceria baseada em resultados”. Mais adiante no texto, ele expressa o temor de que os bilhões de reais doados pela Noruega e pela Alemanha para reforçar o combate ao desmatamento no Brasil “tenham tido um impacto apenas temporário”.
Na primeira quinzena de junho, antes da visita oficial à Noruega, Temer participou de uma reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC). Órgão que reúne representantes do Estado e da sociedade civil, que foi reativado no início de 2017 após quatro anos sem encontros. A reunião marcou os 25 anos da Convenção do Clima, assinada durante a Conferência Rio-92.
Fonte: Rejane Romano - Instituto Ethos.