Criada em 1970 e celebrada em 22 de abril, esta data é considerada um marco para a discussão de questões ambientais em todo o mundo.
O primeiro Dia da Terra, em 22 de abril de 1970, foi um marco para o planeta. Estima-se que 20 milhões de pessoas tenham ido às ruas nos Estados Unidos para aumentar a conscientização sobre os impactos das atividades humanas no meio ambiente.
Estimulada por campanhas educacionais e pelo trabalho de ativistas, a consciência ambiental aumentou nas últimas décadas. Desde o primeiro Dia da Terra, a tradição anual cresceu e envolveu bilhões de pessoas em todo o mundo. Este ano, o Dia da Terra completa 48 anos e, para marcar este aniversário, reunimos aqui 13 realizações bem significativas deste movimento ambiental global.
O DDT (dicloro-difenil-tricloroetano) é um inseticida incolor e quase inodoro que foi amplamente utilizado no pós-guerra para aumentar a produtividade agrícola e combater os mosquitos. Embora um Prêmio Nobel tenha sido concedido por sua descoberta, os cientistas finalmente perceberam que o DDT estava causando problemas no meio ambiente, incluindo o desgaste das cascas dos ovos das aves. Rachel Carson popularizou esta pesquisa no livro Silent Spring, de 1962. Depois que o DDT foi banido, águias, falcões peregrinos e muitas outras espécies de aves ameaçadas retornaram após quase estarem em extinção.
A Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Extinção foi elaborada para assinaturas em 1973 e entrou em vigor em 1975. Os países signatários concordaram em proibir ou restringir o comércio de espécies ameaçadas e partes de seus corpos. Embora mercados ilegais tenham surgido para produtos como peles de tigre e presas de elefante, os países também trabalharam juntos para combater esse tráfico.
Em 1982, a Comissão Internacional das Baleias finalmente adotou uma moratória sobre a caça comercial em todo o mundo, em resposta a mais de uma década de protestos e pressão de cientistas. Apesar da pirataria e da caça de baleias "científicas" controversas continuarem, o fim da caça de baleias em grande escala marcou um grande ponto de virada para os animais, e a maioria das espécies começou uma lenta recuperação. (Leia mais: Recorde de encalhes de jubarte no Brasil não é tão ruim quanto parece.)
Em 1986, o McDonalds começou a usar embalagens biodegradáveis, em resposta a críticas de ambientalistas sobre montanhas de contêineres de isopor e estradas cheias de lixo e aterros sanitários. Os ativistas declararam uma grande vitória, e o esforço ajudou a inaugurar uma nova era de empresas, tanto trabalhando com grupos de defesa quanto agindo por conta própria para reduzir seu impacto ambiental. O esforço também ajudou a conscientizar os consumidores sobre o impacto de suas próprias escolhas diárias.
Em 1987, muitas das nações do mundo se reuniram para chegar a um acordo sobre o Protocolo de Montreal, que proibia uma série de substâncias químicas que estavam destruindo a camada protetora de ozônio da Terra. Os mais famosos entre estes eram os clorofluorcarbonetos. Os cientistas estavam preocupados que a perda da camada de ozônio poderia levar a taxas preocupantes de câncer de pele e outros problemas. O buraco de ozônio agora está se recuperando.
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento foi um grande evento no Rio de Janeiro que ajudou a focar a atenção do mundo em grandes problemas ambientais. Ela estimulou todos os tipos de soluções, do governo à sociedade civil e aos negócios. Foi lá que os países concordaram em começar a trabalhar juntos para lidar com as mudanças climáticas. Os países também se comprometeram a aumentar o uso de energia renovável e a respeitar as necessidades dos povos indígenas, esforços que foram amplificados quando a ONU se reuniu novamente no Rio, 20 anos depois.
Em 1993, a Convenção sobre Diversidade Biológica entrou em vigor depois de ratificada por países suficientes. As nações se comprometeram a trabalhar para proteger a biodiversidade em todo o mundo, em uma decisão que muitas vezes é vista como a base para o desenvolvimento sustentável.
Em 1997, o Protocolo de Kyoto foi adotado por alguns países (embora não pelos Estados Unidos). Isso marcou uma séria tentativa inicial dos líderes mundiais de abordar o aquecimento global de maneira coordenada.
A montadora Toyota apresentou pela primeira vez o Prius no Japão em 1997, mas ele chegou aos Estados Unidos em 2000. O carro de alta tecnologia introduziu a transmissão híbrida para muitos consumidores, ajudando a impulsionar um movimento em direção a uma maior eficiência de combustível. Em poucos anos, quase todas as empresas começaram a oferecer modelos híbridos.
O livro Cradle to Cradle, de William McDonough e Michael Braungart, ajudou a introduzir o conceito de design biomimético e limpo ao público. Isso ajudou a dar início a um novo movimento para repensar todos os processos feitos pelo homem para estarem mais alinhados com a natureza, incluindo a ideia de acabar com o conceito de lixo e substituí-lo pela ideia de que tudo pode ter um uso como material para outra coisa.
A Tesla Motors foi fundada por Elon Musk em 2003, ajudando a tornar os carros elétricos modernos novamente (depois que eles definharam na obscuridade por um século). Outros fabricantes também avançaram com uma nova rodada de inovação, ajudando a desenvolver uma tecnologia que muitos especialistas acreditam que será um benefício para o meio ambiente.
Ame ou odeie, o documentário Uma Verdade Inconveniente ajudou a aumentar a conscientização pública em torno da ameaça da mudança climática.
No final de 2015, as nações se reuniram em Paris e acordaram um novo plano para limitar o aquecimento global. O acordo se inicia para assinaturas formais no Dia da Terra e exigirá que os países reduzam as emissões de acordo com suas promessas. Os ambientalistas estão cautelosamente otimistas de que o acordo representa um ponto de virada global.
Fonte: National Geographic.