Ministro Sarney anuncia que assinará Portaria para instituir a espécie, que está criticamente ameaçada de extinção e necessita de águas límpidas para viver, como embaixador das águas brasileiras.
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, anunciou hoje (20) que pretende assinar uma Portaria para instituir o pato-mergulhão como embaixador das águas brasileiras. "Quem está preocupado com futuro se preocupa com o presente. Esse presente é o pato-mergulhão, pois aonde ele existe significa um ambiente saudável e que a natureza está prestando o seu serviço", defendeu Sarney em seu discurso durante o lançamento da campanha do ICMBio para que a espécie seja embaixador das águas no 8º Fórum Mundial das Águas, que acontece em Brasília.
O presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski, anunciou R$ 200 mil a mais para pesquisas sobre o pato-mergulhão. "Os ecossistemas são totalmente dependentes das águas e o pato é um símbolo de como é necessária a água limpa para essa ave viver. Por isso, que com a campanha reforçamos nosso envolvimento e o trabalho da equipe, além de precisarmos ampliar nossas unidades, o nosso número de pesquisadores e mecanismos para cuidar ainda mais de nossas UCs", afirmou Soavinski.
O pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) necessita de águas muito limpas para viver. A ave serve como indicador biológico da qualidade das águas. No entanto, a crescente poluição que atinge nossos cursos d’água, as mudanças causadas por projetos hidrelétricos e o assoreamento dos rios e lagos são fatores que impactam na sobrevivência da espécie.
Existem somente 250 indivíduos do espécime no Brasil, sendo que a maioria se encontra nas unidades de conservação federais: Parque Nacional da Serra da Canastra (MG) e Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) (geridos pelo ICMBio). Há populações também na Serra do Salitre (MG), na região do Jalapão (TO) e alguns, em cativeiro, no Zooparque de Itatiba. São 21 patos que estão no contexto do Programa de Manejo Populacional Integrado.
O ICMBio é responsável pelo desenvolvimento e implantação dos Planos de Ação Nacional para a Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção ou do Patrimônio Espeleológico (PANs), que identificam e orientam ações prioritárias de preservação. Desde 2017, está em vigor o 2º Ciclo do PAN do pato-mergulhão, cujo responsável é o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE). Além disso, o PAN conta com o monitoramento de um grupo de trabalho formado por órgãos do governo e instituições não-governamentais.
Fonte: Ramilla Rodrigues – ICMBio.