18/01/2017 O terceiro recorde de temperatura seguido mostra que o clima do planeta não está normal

O terceiro recorde de temperatura seguido mostra que o clima do planeta não está normal

A comparação de seis agências de monitoramento do clima do planeta mostra que a temperatura média da Terra está aumentando. O ano de 2016 bateu novo recorde. O gráfico está em grau Fahrenheit (ºF). Foto: Nasa.

Dados da Nasa e da OMM mostram que 2016 foi o ano mais quente já registrado, com temperatura 1,1 grau célsius maior do que a média. O aquecimento é causado pela emissão de gases de efeito estufa

 

Pelo terceiro ano consecutivo, a temperatura do planeta bateu recorde de calor. Dados divulgados nesta quarta-feira (18) pela Nasa, a agência espacial americana, e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) mostram que 2016 foi o ano mais quente registrado, quebrando a marca de 2015, que já tinha superado a marca de 2014.

 

Segundo a Nasa, o planeta em 2016 estava 0,99 grau célsius mais quente do que a média do século XX e 1,1 grau mais quente do que o período antes da industrialização. Pelos dados da OMM, a temperatura de 2016 foi 1,1 grau mais quente do que antes da industrialização. Isso faz com que a média de aquecimento do planeta nas últimas décadas fique em 0,83 grau. Segundo cientistas, o limite seguro do aquecimento controlável seria uma média inferior a 1,5 grau.

 

>> Vale usar o calor do verão para lembrar do aquecimento global?

 

O gráfico abaixo, divulgado pela Nasa, faz a comparação de seis diferentes agências que monitoram o clima do planeta. Todas elas mostram a mesma tendência de aquecimento e recorde em 2016.

 

A sequência de três recordes de temperatura é um fator sem precedente nos registros climáticos do planeta. Ela é extremamente difícil de explicar apenas como resultado de causas naturais. Numa situação natural, a temperatura deveria flutuar, com  anos mais quentes e mais frios. Recordes climáticos podem acontecer, mas é muito improvável que venham em sequência.

 

Segundo a Nasa, as temperaturas estão altas por causa da concentração de gases que absorvem o calor, como o dióxido de carbono (CO2) emitido em indústrias, carros e no desmatamento. Além disso, o aquecimento coincidiu com o fenômeno El Niño, que transfere calor do Oceano Pacífico para a atmosfera. Segundo a Nasa, o forte El Niño de 2016 representou uma anomalia de 0,1 grau em 2016. Ou seja, mesmo que não houvesse El Niño, o ano passado ainda assim seria o primeiro ou segundo mais quente já registrado.

 

O El Niño se dissipou no meio do ano passado. Com isso, não é esperado novo recorde de temperatura em 2017. Ainda assim, a expectativa é que o ano atual seja mais quente do que a média de temperatura das décadas passadas, possivelmente se tornando um entre os dez mais quentes já registrados.

Fonte: Bruno Calixto - ÉPOCA | Blog do Planeta.




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