Em discurso de despedida da conferência do clima, Sarney Filho disse que vai intensificar o uso de biocombustíveis, ampliar os leilões de fontes renováveis para geração elétrica e a eficiência energética no consumo de eletricidade
Vamos esquecer por um instante que o Brasil foi laureado, no dia da Proclamação da República, com o Fóssil do Dia, por tornar as negociações climáticas mais difíceis devido à MP enviada por Temer ao Congresso – que pode dar às empresas de petróleo US$ 300 bilhões em subsídios para perfurar reservas offshore. Mais uma vez o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, encheu de esperanças os corações daqueles que aguardam pelo despertar da ação climática no governo brasileiro, em discurso na abertura do segmento de alto nível da COP23, está manhã, em Bonn, na Alemanha.
Além de apresentar o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (PLANAVEG) e estabelecer uma nova política nacional de biocombustíveis (RenovaBio), que deve aumentar a eficiência de produção dos biocombustíveis e reduzir as emissões de gases de efeito estufa, reforçou que o Brasil está oficialmente se candidatando a sediar a COP25, em 2019. “Temos um longo histórico de importantes encontros internacionais e pretendemos manter esta tradição”, disse Sarney.
No setor de energia, o ministro afirmou que o governo brasileiro vai intensificar o uso de biocombustíveis, ampliar os leilões de fontes renováveis para geração elétrica e a eficiência energética no consumo de eletricidade. No setor agro, retomou a meta de restaurar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas até 2030 e aumentar cinco milhões de hectares de sistemas de integração lavoura-pecuária e florestas até 2030.
Sem mencionar dados históricos desfavoráveis à trajetória do desmatamento, que revelam a retomada do ritmo de destruição da floresta, o ministro destacou a Política de Recuperação da Vegetação Nativa, cuja meta é restaurar 12 milhões de hectares até 2030, intensificando os Pagamentos por Serviços Ambientais às populações que vivem na floresta e alternativas econômicas que valorizem o bem ambiental.
Sarney também anunciou o BASIC, grupo formado por Brasil, África do Sul, Índia e China, países que apresentaram declaração conjunta em defesa da implementação dos termos estabelecidos em Paris. Para finalizar os trabalhos, Sarney apelou para a necessidade de incentivo a investimentos verdes, com a intenção de criar o que chamou de “modelo de desenvolvimento que almejamos e de que necessitamos nas próximas décadas”.
Enquanto isso no Brasil…
Ainda esta manhã o Ministério do Meio Ambiente anunciou que o Programa Bolsa Verde será aprimorado e ampliado a partir do ano que vem, via projeto do MMA junto ao Fundo Amazônia, priorizando a conservação ambiental e a busca por um maior engajamento do público-alvo no processo. O projeto já teria sido aprovado pelo Conselho Gestor do Fundo. O valor negociado permitirá a expansão da ordem de 20% no número de famílias atendidas pelo Bolsa Verde.
Fonte: Observatório do Clima.