Elegante e admirada por todos os segmentos da sociedade, ela ajudou a criar a primeira ONG catarinense de defesa dos animais, inspirou e impulsionou o movimento no cenário nacional e internacional.
Ambientalista e ativista pelos direitos animais, Cristalma Papa foi reconhecida nacional e internacionalmente por sua luta em defesa dos animais. Era conhecida como a Brigite Bardot catarinense, tal sua dedicação e empenho na busca de uma sociedade mais respeitosa, justa e pacífica para todas as formas de vida. Essa sensibilidade veio desde a infância, herdada dos pais. Filha única dos imigrantes italianos Alma Helena e Mario Papa, nasceu em 1953 em Carazinho (RS) e posteriormente se transferiu com a família para São Paulo. Em 1973 casou e mudou-se para Florianópolis onde teve um casal de filhos e uma neta.
Foi uma das fundadoras em 1982 da ACAPRA - Associação Catarinense de Proteção aos Animais, a primeira organização estadual de defesa dos animais. A ACAPRA foi precursora do movimento catarinense pelos direitos animais, sendo responsável pelo início das campanhas contra a farra do boi, crueldade e abandono de animais domésticos, controle populacional de cães e gatos e educação para a guarda responsável de animais. Cristalma fez parte da diretoria da entidade por mais de duas décadas. Em 2000 a ACAPRA conquistou o 8º Prêmio Expressão de Ecologia na categoria Educação Ambiental - ONG, com o Programa Controle Populacional de Cães de Rua em Florianópolis. Na época ainda não havia a categoria Bem-Estar Animal, criada em 2005.
Empresária e marchand, Papa foi proprietária da famosa Galeria de Arte Domus e posteriormente construiu e administrou a concorrida Pousadinha Santo Antônio, ambas em Florianópolis. Ela dividia a receita dos empreendimentos com o custeio da ONG e dos animais que resgatava, albergava e dava assistência.
Elegante, culta, educada, talentosa e conhecedora da complexa missão que escolheu para se dedicar, era admirada e tinha trânsito em todos os segmentos da sociedade, contribuindo para projetar o conceito do movimento catarinense de defesa dos animais nos cenários nacional e internacional. Sua morte prematura, em abril de 2014, foi lamentada não só pelos seus parceiros no movimento, quanto por todos aqueles que tiveram o privilégio de conviver consigo em alguma passagem de sua trajetória pessoal, social, ambiental e de defesa dos direitos animais.
Cristalma atuou como ativista independente até o último dia de vida e deixou aos cuidados da família quatorze cães que mantinha em sua companhia e tutela. Essa brilhante trajetória em defesa dos animais foi reconhecida pelos jurados do 25º Prêmio Expressão de Ecologia com o Troféu in memoriam de Personalidade Ambiental.
Fonte: Editora Expressão.