08/08/2016 Um modelo para o biogás: apenas 5% dos biodigestores geram energia no Brasil

Um modelo para o biogás: apenas 5% dos biodigestores geram energia no Brasil

Biodigestores da Copercampos, em Campos Novos (SC), produzem energia limpa. Foto: divulgação.

O Brasil tem potencial de produzir 37 milhões de megawatts de energia por meio do biometano, um gás que pode ser obtido a partir da degradação de materiais orgânicos presentes no lixo. Isso equivale a pouco mais de um terço da energia gerada por ano na Usina Hidrelétrica de Itaipu, no Paraná. O curioso é que o biometano já é produzido no Brasil, mas desperdiçado. Em aterros sanitários, é comum ver tubulações para a saída dos gases. E pior: o gás (CH4 ) é 21 vezes mais poluente do que o gás carbônico (CO2 ) e, mesmo assim, é emitido na atmosfera. A utilização dele como fonte de energia eliminaria esse problema ambiental.

 

“O biometano pode ser usado como fonte para produzir energia elétrica através de um gerador, pode ser usado como combustível veicular exatamente da mesma forma como o gás natural. E também pode ser usado em caldeiras, produzindo calor”, explica o pesquisador Odorico Konrad, professor da Univates e doutor em Engenharia Ambiental e Sanitária.

 

Nas contas da Abiogás, a produção anual de biometano poderia chegar a 23 bilhões de metros cúbicos no Brasil. A maior parte, 12 bilhões de metros cúbicos, viria de resíduos da cana-de-açúcar usada na produção do álcool. Outros 8 bilhões de metros cúbicos seriam produzidos com rejeitos agrícolas e dejetos de animais como suínos, bovinos e avícolas. E, finalmente, 3 bilhões de metros cúbicos, oriundos do saneamento urbano, ou seja, do lixo orgânico e dos esgotos domiciliares e industriais.

 

No entanto, hoje em dia o uso do biometano como fonte de energia é quase inexistente. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil usa pouco mais de 0,05% do gás na matriz energética. Por falta de normas, não há confiança no biometano. O modelo de produção é descentralizado, o oposto do utilizado nas outras fontes energéticas. “O biogás está colocado no território de maneira descentralizada. Isso é difícil para o setor elétrico nacional, para a geração de grandes negócios”, diz o presidente da Abiogás, Cícero Blay. O biometano seria um negócio de pequenos investidores, pois seriam necessários biodigestores próximos aos locais onde estão os resíduos. Na Alemanha há mais de 8.000 biodigestores produzindo energia.

 

O Prêmio Expressão de Ecologia já destacou cooperativas e agropecuárias de Santa Catarina que usam biodigestores no estado, produzindo energia e evitando a contaminação do solo com dejetos suínos. Só de produtores integrados da BRF, há mais de mil integrados que construíram biodigestores a fim de permitirem a retenção e queima do metano dos dejetos suínos. Em muitos casos, eles transformam a queima em biogás, que por sua vez se transforma em energia. Essa energia abastece a granja e através de um gaseoduto segue para centrais de energia da Celesc. Os dejetos, que antes eram grave ameaça ambiental, geram economia em energia e renda para os produtores quando estes vendem o biogás para a Celesc. No Brasil apenas 5% dos biodigestores geram energia, mas na Copercampos, de Campos Novos (SC), todos os biodigestores instalados desde 2011 são utilizados na produção de energia.

Fonte: Editora Expressão.




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