Debate sobre como os objetivos ambientais podem ajudar os sociais reúne especialistas durante entrega do Prêmio ÉPOCA Empresa Verde 2017
Cuidar do meio ambiente faz bem para todos os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). É o que foi debatido durante a cerimônia de entrega de troféus do Prêmio ÉPOCA Empresa Verde 2017. Os convidados da mesa foram Carlo Pereira, secretário executivo do Pacto Global; Rachel Biderman, diretora executiva da World Resourses Institute Brasil (WRI); e Sérgio Besserman, diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Eles conversaram sobre como os objetivos ambientais podem ajudar os sociais, o papel do setor privado para concretizar os ODS e de que forma as empresas podem pressionar o governo por mudanças estratégicas no assunto.
As metas, conhecidas como agenda 2030, foram criadas pelas Nações Unidas há dois anos. Além da preservação da natureza e o combate às mudanças climáticas, elas abordam temas como a igualdade de gênero, erradicação da pobreza e acesso à educação. Desde o ano passado, os ODS inspiram uma categoria especial do prêmio, que destaca empresas com os melhores projetos ambientais que tenham impacto positivo em outros objetivos.
No debate, Raquel Biderman disse que enxergar cada um dos 17 ODS de forma isolada é um equívoco. Ela explicou que algumas empresas escolhem os objetivos que vão ser trabalhados de acordo com o setor de que participam, pois isso é cômodo. “Os objetivos devem ser de forma circular, pois estão conectados entre causa e reação e de maneira circular. Tudo está conectado, tanto os objetivos sociais como os ambientais”, disse.
Para Carlo Pereira, da mesma forma que as empresas concentram uma grande parte do montante de riquezas no mundo e podem promover melhorias sustentáveis, elas também tem o maior potencial de destruição. Ele defendeu que as empresas brasileiras deveriam deixar de ver os ODS como desafios e prejuízos para começar a tratá-los como oportunidade. “A sustentabilidade é uma ação que vira poupança. Entretanto, é uma oportunidade para as instituições que se movem agora, pois assim elas vão conseguir lucrar com isso de alguma forma”, disse. Segundo Carlo, os que deixarem para fazer isso no futuro, vão ter de investir para se equiparar à realidade que virá e exigirá adaptações.
>> As empresas brasileiras conhecem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável?
De acordo com Sérgio Besserman, para se tornar um país rico, o Brasil precisa seguir a receita que os 17 ODS propõe, como oferecer à população educação, saúde, acesso à água e ao saneamento básico, entre todas as outras. Com a escassez de recursos naturais provocada pelas ações do homem, empresas e países terão de modificar a maneira como se relacionam com o meio ambiente. Besserman explicou que, por causa da rica biodiversidade, o Brasil é a nação que terá um dos custos mais baratos durante esse processo. “Se o mundo vai mexer na estrutura dos processos de produção, que isso aconteça logo e que seja com baixa emissão de carbono. Essa é a chance do desenvolvimento brasileiro”, disse.
Os vencedores do Prêmio ÉPOCA Empresa Verde foram revelados nesta segunda-feira (4). As 13 empresas com as melhores ações ambientais receberam um troféu como destaque do ano. Entre elas, seis foram premiadas nas categorias especiais. Foram elas a Natura (que ganhou Empresa Verde – Indústria), a CPFL (Empresa Verde – Serviços), a Fibria (Mudanças Climáticas – Indústria), a EDP Energia (Mudanças Climáticas – Serviços) e o Itaú Unibanco (Finanças Verdes). Além da Pecsa na categoria ODS. A iniciativa, resultado de uma parceria entre ÉPOCA e a consultoria PricewaterhouseCoopers (PWC), aconteceu pelo décimo ano.
Fonte: Desirêe Galvão - ÉPOCA | Blog do Planeta.