Entrou em vigor em 1º de janeiro deste ano a decisão da China de não receber mais lixo de países ocidentais para reciclar. A decisão, que afeta diversos países do mundo, foi justificada como necessidade de proteger o meio ambiente e melhorar a saúde da população chinesa, pois o lixo importado estava contaminando a água e o ar do país, podendo ocasionar doenças contaminosas.
A China até então era responsável por metade da reciclagem de papel, plástico e metal do mundo, tendo reciclado 7.3 milhões de toneladas só em 2016, de acordo com dados recentes da indústria. Com o banimento inicial de 24 tipos de material e depois de outros 32 tipos, diversos países ficaram sobrecarregados com o excesso de resíduos.
Os países afetados pela decisão do Ministério da Proteção Ambiental chinês se viram sem uma política interna capaz de lidar com o volume de lixo reciclável que produzem. A esperança da maioria é conseguir vender parte destes materiais para países como Índia, Indonésia, Vietnã, Polinésia ou qualquer outro lugar que receba a carga.
Países como Canadá, Irlanda, Alemanha e Estados Unidos são alguns dos que mais estão sofrendo com a resolução. 95% do plástico consumido e descartado na Irlanda era importado pela China até então, e sendo o maior descartante de lixo plástico da Europa – 61 kg de plástico por habitante por ano, de acordo com a Eurostat – a Irlanda não está conseguindo dar conta do lixo que produz.
Os países ainda estão tentando lidar com a situação que já dura seis meses. Vancouver, a capital do Canadá, por exemplo, aprovou recentemente uma lei que proíbe o uso de canudos e embalagens descartáveis na tentativa de diminuir o descarte destes materiais que chegam a custar $ 2,5 milhões de dólares canadenses por ano para serem recolhidos.
Nos Estados Unidos, espera-se que essa situação seja benéfica. “A longo prazo isso pode ser uma coisa boa. Pode nos ajudar a descobrir como usar menos”, disse Paula Birchler, da Lautenback Industries, empresa de reciclagem localizada em Washington, ao San Juan Journal. Com os aterros dos Estados Unidos – e vários outros países – enchendo mais a cada dia com material com potencial a ser reutilizado, resta esperar que o lado positivo venha logo à tona, ou que outra solução seja posta em prática.
Fonte: Emily Santos - CicloVivo.