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Fortalezas de São       Em 1726, para impulsionar o seu desenvolvimento, Nossa Senhora do Desterro foi
            José da Ponta Grossa,   elevada à categoria de vila. Com o tempo, seria chamada apenas de “Desterro”. A
            na Praia do Forte,
            e de Santa Cruz, na     população aproveitou para pleitear o envio de um sacerdote que cuidasse dos sacra-
            Ilha de Anhatomirim:    mentos da Igreja, como batismo, casamento e extrema-unção.
            remanescentes do
            sistema de defesa       A Coroa portuguesa desenhou um plano de ocupação da Ilha, sob o comando do brigadeiro
            da Ilha desenvolvido
            no século 18            José da Silva Paes, que chegou em 1738. Parte importante da estratégia seria defendê-la
                                    de possíveis ataques. Para isso, planejou-se a construção de um sistema de fortalezas. Em

                                    1739, com projeto do próprio Paes, que era engenheiro militar, foi iniciada a construção
                                    da maior de todas – a de Santa Cruz, na Ilha de Anhatomirim, finalizada em 1744. Com
                                    um portal de acesso inspirado na arquitetura oriental, a fortaleza é composta por dez
                                    prédios. O maior deles, o Quartel das Tropas, tem paredes com 1,5 metro de espessura.



                                    Nas três décadas seguintes, seriam erguidos outros dez fortes. Essas estruturas ti-
                                    nham o objetivo não apenas de proteger a Ilha contra a invasão de grandes embar-
                                    cações enviadas por potências inimigas, mas também coibir as ações de piratas e

                                    contrabandistas. Algumas dessas fortalezas estão preservadas e podem ser visitadas.


                                    Entre 1748 e 1756, chegaram à Ilha cerca de 6 mil imigrantes recrutados pela Coroa

                                    portuguesa, a maior parte deles oriunda do Arquipélago dos Açores, mas também da
                                    Ilha da Madeira. Tratava-se de conciliar os interesses de ambas as partes. Ao mes-
                                    mo tempo em que o governo queria ocupar seus territórios na América do Sul, os
                                    imigrantes passavam por dificuldades para sobreviver em suas terras de origem – a
                                    geografia dificultava o plantio e, para agravar o quadro, havia terremotos frequentes.



                                    Não eram viagens tranquilas e isentas de perigos. Prova disso foi o naufrágio, em
                                    1753, nas proximidades do extremo sul da Ilha, de duas embarcações que levavam





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