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Viajantes que passaram
pela Ilha de Santa
Catarina registraram
a geografia da região,
como foi o caso de
Amedée Frezier, em
1712 (ao lado). Na
outra página, a Ilha
dos Patos aparece no
mapa desenhado por
Diego Homem, em 1558
consagrado à santa, que a construção da galeota foi finalizada. Mas o nome da esposa de
Caboto era Catarina de Medrano, que também pode ter inspirado a homenagem.
Quando o território brasileiro foi dividido em capitanias, em 1534, Pero Lopes de Sou-
sa recebeu a capitania de Terras de Sant’Ana, que ficava no extremo sul do território
português na América do Sul. Era uma faixa que começava na Baía de Paranaguá e se
estendia até a atual cidade catarinense de Laguna, limite do Tratado de Tordesilhas.
Com a morte do donatário poucos anos depois, em 1539, num naufrágio perto da Ilha
de Madagascar, suas terras ficariam abandonadas por muito tempo. Acabaram sendo
destinadas a outros donatários, cujos descendentes se envolveram em longas dispu-
tas por herança. A solução viria a ser a recompra das terras pela Coroa portuguesa.
Nesse meio-tempo, a Ilha de Santa Catarina continuou sendo um importante porto de
parada e reabastecimento para viajantes a caminho do Rio da Prata ou do Estreito de
Magalhães. Em 1541, Álvar Nuñez Cabeza de Vaca, nomeado governador do Paraguai,
chegou à Ilha e ficou um bom tempo, entre março e outubro, antes de seguir viagem
para assumir o posto. Muitos de seus 400 homens se uniram a mulheres indígenas
e passaram a viver ali para sempre, algo que estava alinhado ao plano espanhol de
conquistar a posse da Ilha, com base numa interpretação diferente dos limites do
Tratado de Tordesilhas.
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