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credita-se que os primeiros habitantes da Ilha de Santa Catarina chegaram há cerca
A de 5 mil anos. Durante muito tempo, a natureza exuberante foi mantida intocada,
exceto pelos registros pictóricos e oficinas líticas que sobreviveram por séculos como
testemunho desses tempos.
Em 1500, quando Pedro Álvares Cabral desembarcou nas terras que formariam o Brasil, os
indígenas que viviam na Ilha eram pacíficos e gentis. Apelidados de “carijós” pelos euro-
peus, eles recebiam amistosamente os visitantes, que se tornariam cada vez mais frequentes.
A Ilha era chamada de Meiembipe pelos habitantes originais, palavra que significava
algo como “montanha acima do mar”, referência às elevações que se destacam na pai-
sagem. Quando comerciantes portugueses estiveram na região, em 1514, passaram a
chamá-la de Ilha dos Patos, por conta da grande população dessas aves.
Dois anos depois, Juan Díaz de Solís, comandante de uma expedição espanhola, cunhou
Na página ao lado,
o termo Baía dos Perdidos, referência a alguns europeus que encontrou vivendo ali. Ironi- a vila de Desterro
camente, o nome acabou se tornando um prenúncio do próprio futuro daquela expedição. desenhada em 1806
pelo suíço Johann
Horner. Acima, registros
Solís foi morto por indígenas durante a viagem à foz do Rio da Prata que empreendia à
deixados pelos povos
procura de riquezas. Duas embarcações que ele comandava retornaram, sendo que uma originários na Ilha do
delas naufragou no sul da Ilha, nas proximidades da atual praia de Naufragados – daí, Campeche (no alto)
possivelmente, a origem do nome, embora não haja consenso a respeito. Dos 15 tripu- e na Barra da Lagoa
lantes, 11 se salvaram a passaram a viver ali, ao lado dos indígenas.
Esse convívio levou um dos “perdidos”, Aleixo Garcia, a planejar uma grande aventura.
Ele conheceu a lenda da “montanha de ouro” e, em 1524, foi levado pelos indígenas a
percorrer o Caminho de Peabiru, que seguia até o território Inca, no atual Peru. Mais
gente foi recrutada pela expedição ao longo do caminho. Chegando lá, eram mais de
2 mil homens a saquear as comunidades encontradas. Garcia foi morto na volta, traído
pelos parceiros espanhóis interessados nas riquezas roubadas.
Em 1526, chegou à Ilha o italiano Sebastião Caboto, liderando três navios a serviço do
Rei da Espanha. Permaneceu por quatro meses, tempo suficiente para construir mais uma
embarcação com a madeira abundante que encontrou. Foi Caboto quem criou a denomi-
nação Ilha de Santa Catarina, supostamente porque teria sido no dia 25 de novembro,
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