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Eram 20 navios de guerra e 97 barcos de apoio e transporte, totalizando 480 canhões e
10 mil homens. Para proteger a Ilha, havia pouco mais de mil homens, com arti-
lharia infinitamente inferior. O pânico se estabeleceu entre as forças locais. Alguns
tiros inofensivos de canhão até chegaram a ser disparados pela defesa, mas não
houve confronto. O sistema de defesa se revelou ineficaz diante do poder de fogo
do inimigo e do conhecimento prévio do comandante espanhol, Pedro de Cevallos,
sobre a localização das fortalezas. Os invasores desembarcaram sem dificuldades e
entregaram a intimação de rendição.
Miguel Gonçalves de Leão, comandante da fortaleza de Anhatomirim, não teve como
resistir, pois ficou praticamente sozinho no enfrentamento dos invasores, já que a
maior parte dos seus comandados deu um jeito de escapar. Ele seria julgado e preso
por não ter lutado contra a rendição. Morreu na cadeia, mas seria posteriormente
anistiado pelo reino português e passou a ser considerado herói.
Os espanhóis ocuparam a Ilha por quase um ano, até a assinatura do Tratado de Santo
Ildefonso, que esclareceu de vez os limites entre as terras portuguesas e espanholas
e estabeleceu uma série de outros parâmetros, a exemplo dos direitos e deveres dos
súditos que viviam nas áreas pertencentes a cada uma das duas potências europeias.
O acordo assegurou a Portugal a posse da Ilha de Santa Catarina, enquanto a Espanha Procissão de Nosso
confirmou a posse sobre o atual Uruguai, outra área que estava em litígio. Senhor dos Passos
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