Page 94 - A Herança Alemã de Santa Catarina
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A HerAnçA Alemã de SAntA CAtArinA
Ao receber o título de Cidadão Honorário do Estado da
Guanabara, em outubro de 1974, por seus trabalhos em
prol do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Reitz afir-
mou: “O que importa na vida não é ser, nem ter, nem
poder. O que importa é fazer, realizar em proveito da
comunidade”. No ano seguinte, no discurso de Abertura
do 26º Congresso Nacional de Botânica, ele reforçou
essa ideia: “Os botânicos não podem se recolher em
torres de marfim estudando tecnicamente as plantas e
ficar omissos ante a ação indiscriminada contra os pul-
mões verdes do mundo e de nossa belíssima paisagem”.
Conclamava todos a fazerem o que ele já realizava:
colocar a ciência a serviço das causas relevantes para
a humanidade.
Nesse mesmo ano de 1975, ele foi convocado para
lançar as bases da Fundação de Amparo e Pesquisa
Tecnológica do Meio Ambiente (Fatma), órgão respon-
sável pelo meio ambiente do Estado de Santa Catarina.
Um dos primeiros órgãos ambientais do país, a Fatma
abrigou o Reitz e suas ideias. Lá ele ocupou o cargo de
vice-presidente até 1979, e depois, até 1983, o de Supe-
rintendente-adjunto. Ajudou a criar e rechear o Estado
de parques, reservas e estações ambientais. Nasceram
assim o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (1975), o
Parque Estadual da Pedra Furada (1980), o das Reservas
Biológicas do Sassafrás (1977), o do Aguaí e o da Canela
Preta (1980), além das Estações Ecológicas dos Carijós,
na Ilha de Santa Catarina; dos Timbés, nos municípios de
Timbé do Sul e Meleiro; da Babitonga, nos municípios
de Garuva, Joinville, Araquari e São Francisco do Sul.
Toda a dedicação à botânica correu de forma paralela às
Padre Raulino criou o Herbario Barbosa
Rodrigues, que reúne 96% das espécies atividades de padre. Em 1943, ele foi ordenado sacerdote
de plantas de Santa Catarina na Catedral de Florianópolis, pelo arcebispo. Foi então
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