Page 99 - A Herança Alemã de Santa Catarina
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AMBIENTALISTAS - PAdrE João ALfrEdo rohr
mais de 35 quilômetros para exigir expli-
cação dos governos municipal, estadual
e também da administração do Colégio.
Naquele ano, a pesca foi ruim e os devo-
tos atribuíram a culpa, claro, ao sumiço
do “Santinho”.
Em 1948, o Padre Rohr adquiriu a cole-
ção de peças arqueológicas que perten-
cia ao comerciante Carlos Berenhauser
– que, durante muitos anos, havia reuni-
do um rico material, composto por mais
de 8 mil objetos (incluindo vasilhas de
cerâmica guarani e 80 mil fragmentos),
principalmente por conta da prática de
trocar tecidos por pedras e apetrechos en-
contrados por moradores das localidades
mais afastadas da Ilha. Todos já sabiam
que Berenhauser se interessava pelo as-
sunto e guardavam suas descobertas para
realizar a troca.
Naquele mesmo ano, Rohr apresentou
no Primeiro Congresso de História Cata-
rinense, realizado em Florianópolis, um
longo trabalho de título “Contribuição
para a etnologia indígena do Estado de
Santa Catarina”, cuja maior parte (102
páginas) é a relação do material etnoló-
gico pré-colombiano até então recolhido
ao museu do colégio sob sua direção.
Em 1954, criou um setor de etnologia Trabalhos de escavação em Santa Catarina, que levaram
indígena no museu do Catarinense, com o padre jesuíta a explorar sítios arqueológicos
as peças descritas em sua contribuição e
material recolhido entre os índios Xokleng
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