Page 144 - ebook_LIVRO_FLORIANOPOLIS_350ANOS
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A cidade ganhou
                  sua passarela do
                  samba em 1989



                                          epois de seis anos fechada, a ponte Hercílio Luz foi reaberta em 1988 para trá-

                                    D fego leve – pedestres, bicicletas, motos e carroças. Muitos moradores fizeram
                                    questão de aproveitar a oportunidade do reencontro ou da primeira travessia pela
                                    velha ponte. Outros, ressabiados, preferiam não arriscar.



                                    O desfile das escolas de samba de Florianópolis ganhou uma sede oficial em 1989, a
                                    Passarela Nego Quirido. O nome faz referência a um personagem histórico dos feste-
                                    jos de Momo na cidade. A essa altura, duas novas agremiações, Unidos da Coloninha

                                    e Consulado, disputavam os títulos com as pioneiras Protegidos da Princesa e Copa
                                    Lord. A União da Ilha da Magia, campeã em 2023, só seria fundada em 2008.


                                    Aquele ano de 1989 registrou um grande avanço para o saneamento em Florianópolis:
                                    a desativação do Lixão do Itacorubi, onde os resíduos recolhidos em toda a cidade

                                    eram depositados a céu aberto. Foi uma medida relevante também do ponto de vista
                                    turístico, pois o lixão ficava no final da Avenida da Saudade, caminho tanto para o
                                    leste quanto para o norte da Ilha, regiões que atraem muitos visitantes.



                                    Em 1990, a morte de Beto Stodieck, aos 44 anos, deixou um vácuo na imprensa de
                                    Florianópolis. Irreverente, perspicaz, debochado, ele não gostava da denominação
                                    “coluna social” para o trabalho que exercia, preferindo chamá-lo de “coluna socio-
                                    lógica e às vezes zoológica”. Beto era um grande defensor da cultura local: lutou

                                    até o fim contra a demolição do Miramar, por exemplo. Ao longo da década de 90,
                                    o jornal O Estado, onde Beto trabalhava, perdeu de vez a liderança do mercado e





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