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Nessa mesma época, um dos símbolos da cidade desaparecia
de vez. Os restos do antigo Campo da Liga foram removidos
para dar lugar ao projeto do primeiro shopping center da Ilha,
o Beiramar, inaugurado em 1993. Até então, para fazer com-
pras em um grande centro de lojas, os moradores precisavam ir
ao Shopping Center Itaguaçu, que havia sido inaugurado uma
década antes na vizinha cidade de São José.
Outro ícone de Florianópolis quase desapareceu na noite de 5 de
abril de 1994. Foi quando um grande incêndio atingiu o Hospital
de Caridade, resultando na morte de nove pacientes, entre os 178
que estavam internados. A suspeita é de que o fogo tenha sido
causado por um curto-circuito ou por uma vela acesa por parente
ou familiar, ainda que o procedimento fosse proibido. Naquela
noite de terror, muitos pacientes foram salvos pela solidariedade dos moradores dos Festival Isnard
morros próximos, Mocotó e Mariquinha. Azevedo: o teatro é
uma manifestação
cultural com grande
Surgia o movimento Cem Anos de Humilhação, referência ao centenário da troca tradição na cidade
do nome da cidade, que seria completado em 1º de outubro de 1994. Um julga-
mento simulado de Floriano Peixoto foi realizado no auditório da UFSC, evento
que foi até transmitido pela TV. O “Marechal de Ferro” foi considerado culpado
por ter dado carta branca para que Moreira César agisse com extrema violência
contra os moradores de Desterro.
Enquetes já demonstraram que boa parte da população atual é contrária à substitui-
ção do nome Florianópolis. Muitos por desconhecer os detalhes dos acontecimentos
históricos, outros por considerar que a palavra está desvinculada da homenagem ori-
ginal. De qualquer forma, é importante que a história jamais seja esquecida.
Em 1997, a cidade conheceu seu maior herói: o tenista Gustavo Kuerten, o Guga. Aos
20 anos, ele venceu de forma surpreendente o importante torneio de Roland Garros,
na França. Não foi apenas sorte de principiante: Guga conquistaria o mesmo torneio
mais duas vezes e chegaria ao topo do ranking mundial. Graças a ele, torcedor do
Avaí e orgulhoso da sua terra, o termo “manezinho” tornou-se mais conhecido do
que nunca em todo o Brasil.
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