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Nascido em Tubarão e criado em Florianópolis, Luiz Henrique era o único menino
entre sete irmãs. Interessado por música desde cedo, aprendeu a tocar vários instru-
mentos e partiu para o Rio de Janeiro, onde participou do surgimento da Bossa Nova.
Depois, seguiu para os Estados Unidos, onde excursionou com o famoso saxofonista
Stan Getz, participou da gravação de vários discos e tornou-se amigo de Liza Minel-
li. Suas composições foram gravadas por grandes nomes da Música Popular Brasileira
(MPB), como Elza Soares e Ivan Lins. Apaixonado por Florianópolis, ele compôs o
Hino do Avaí e várias canções de homenagem à cidade, como Minha Lagoa.
Naqueles meados da década de 1980, o surfe se consolidava como o esporte da onda
em Florianópolis. Tornou-se um grande divulgador da cidade, com a praia da Joaquina
no epicentro do agito. A primeira edição do Hang Loose Pro Contest, em 1986, mar-
cou época ao colocar a cidade no circuito mundial. Teco Padaratz, nascido em Blu-
menau e radicado na capital do estado, tornou-se o maior nome do surfe catarinense.
Florianópolis ganhava peso no mercado publicitário e jornalístico. O Diário Catarinense
foi lançado, em 5 de maio de 1986, como um jornal moderno, o primeiro totalmente
informatizado da América Latina. Integrante do Grupo RBS, de origem gaúcha, tor- Primeira capa do
nou-se um forte concorrente do tradicional O Estado, que passara décadas enfrentando Diário Catarinense
apenas a concorrência dos outros jornais e das rádios. Já o Grupo RBS,
que desde 1979 retransmitia a programação da Rede Globo, contava
com a força avassaladora da TV.
Foi também em 1986 que surgiu o embrião da indústria de tecnologia
em Florianópolis, que se tornaria um dos pilares da economia local.
Empresários pioneiros do setor na região se reuniram para criar a
Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) – modelo em que,
organizadas em condomínio, as empresas poderiam apoiar umas às
outras. Isso encorajou o surgimento de novos empreendimentos.
Em 1987, o jornalista e agitador cultural Aldírio Simões criou o
Troféu Manezinho da Ilha para valorizar pessoas que atuavam pela
preservação da cultura da cidade. Aldírio – que morreu em 2004,
aos 62 anos – continua sendo uma grande referência quando se
fala na valorização da cultura local.
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