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em 1994, e as consequentes mudanças nos padrões de
            consumo, a agroindústria catarinense buscou um novo
            patamar de competitividade, por meio de novas tecnolo-
            gias e do aprimoramento das rações e das linhagens de
            frangos e de suínos. Tanto o consumo interno quanto as
            exportações cresceram rapidamente.
                  Em meio a esse cenário, era preciso ampliar a força
            política do cooperativismo e reforçar as funções das enti-
            dades representativas regionais. As cooperativas decidi-
            ram em assembleia que seriam atribuídas características
            sindicais à organização, o que envolvia a alteração do seu
            estatuto e incluía autorização para filiação a uma entidade
            sindical superior. Assim, a OCESC tornou-se a primeira
            organização cooperativista de caráter estadual a conquis-
            tar as prerrogativas de entidade sindical patronal, passo
            inicial para uma conquista futura: o sistema nacional de
            aprendizagem do cooperativismo.
                                                                                               José Norberto
                  Todo esse processo foi reforçado a partir de abril de 1996, quan-        Kretzer passou da
            do um dos principais líderes do cooperativismo catarinense, Aury Luiz           superintendência
            Bodanese, assumiu a presidência da OCESC. Nessa mesma época, in-                    à presidência
            tensificou-se a busca por recursos por parte das cooperativas. A organi-              da OCESC
            zação percebeu que havia demanda anormal por crédito e, ao averiguar
            a situação junto às instituições registradas, identificou um alto nível
            de endividamento. Era uma situação que comprometia a rentabilidade
            das cooperativas catarinenses. A organização realizou então um estu-
            do sobre o endividamento e levou os dados para o sindicato, conduta
            adotada também por OCEPAR e OCERGS, que identificaram a mesma
            situação preocupante nos demais estados da região Sul.
                  A partir dos resultados desse trabalho, as entidades reuniram-se
            e elaboraram a proposta de um programa de recuperação das coope-

            rativas. Esse pleito foi encaminhado à OCB, que iniciou uma grande
            negociação e articulação política para a aprovação do Programa de Re-
            vitalização do Setor Cooperativo (Recoop). Após ampla discussão, foi
            aprovado pelo governo, em 1998, um aporte emergencial no valor de
            R$ 370 milhões. Ao todo, o programa injetaria mais de R$ 3 bilhões
            nas cooperativas brasileiras.
                  Coube à OCESC definir as regras para a candidatura das coopera-
            tivas catarinenses ao programa, elaborando normativos para promover
            sua reestruturação. Além disso, a organização realizou um forte trabalho
            educativo, disseminando entre as instituições registradas a explicação de
            como o Recoop funcionaria. Como resultado direto desse esforço, 29 das
            34 cooperativas catarinenses que se candidataram foram contempladas.




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