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o Clube Veleiros da Ilha. A vela era um esporte de elite que ganhava adeptos numa

               cidade contemplada por bons ventos. Os ventos, aliás, sempre foram personagens
               importantes da Ilha: o vento sul (vento súli, para os íntimos) é capaz de congelar até
               os ossos, enquanto a lestada invariavelmente traz três dias de tempo ruim.



               Nessa mesma época, o porto – que perdera a importância de outrora – foi desativado
               de vez. Muitas vezes, desde então, se falou em restabelecer o transporte marítimo de
               passageiros na cidade, mas o projeto nunca foi levado adiante com a seriedade ne-
               cessária. O transporte na cidade se tornou essencialmente rodoviário, com o número

               de automóveis crescendo rapidamente.


               No começo, havia apenas duas bombas de gasolina na cidade: uma na Praça XV de

               Novembro e outra na cabeceira insular da Ponte Hercílio Luz. Com as facilidades de
               locomoção proporcionadas pela ponte, as classes mais abastadas descobriram os
               balneários do lado continental, como Coqueiros, Bom Abrigo e Itaguaçu. Eram lo-
               cais belos e bem mais fáceis de acessar do que a maioria das praias da própria Ilha.



               Em 1944, o interventor federal em Santa Catarina, Nereu Ramos, assinou um decreto que
               agregou a região do Estreito, incluindo as praias em que a elite da capital estava vera-

               neando, ao território de Florianópolis – até então a área pertencia a São José. A partir
               desse momento, Florianópolis deixou de ser um sinônimo para Ilha de Santa Catarina.

                                                                                                     Praias do Morro das
               As praias da Ilha, ainda selvagens, não tinham infraestrutura para receber visitantes.   Pedras (à esquerda) e

               Surgiam algumas iniciativas ainda tímidas para explorar o turismo, como a instalação   de Naufragados, ambas
               do Hotel Balneário, em Canasvieiras. Chegar lá exigia uma aventura, contudo.          no sul da Ilha, eram
                                                                                                     paraísos pouquíssimo
               A estrada era precária, o que desencorajava o uso de automóveis particulares. O hotel   frequentados na

               oferecia uma linha de ônibus, com saída na Praça XV de Novembro, a quem quises-       década de 1930






















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