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cidade ganharia um novo campo de futebol em 1930 – o Estádio Adolfo Konder,
A erguido na região divisória entre o Centro e o bairro da Agronômica. Tornou-se
conhecido como “Campo da Liga”, por ter sido construído pela Liga Santa Catarina
de Desportos Terrestres, atual Federação Catarinense de Futebol.
Mais tarde, tornou-se popular o apelido “Pasto do Bode” para o Estádio Adolfo Konder,
já que alguns animais eram colocados sobre o gramado com o objetivo de mantê-lo
baixo. Tanto Avaí quanto Figueirense jogaram ali por muitos anos. Em 1960, o Figuei-
rense inaugurou o seu estádio, o Orlando Scarpelli, no Estreito, parte continental da
cidade. Já o Avaí construiu a Ressacada, no Sul da Ilha, inaugurada em 1983. Com
isso, o antigo estádio foi demolido e daria lugar ao atual Shopping Beiramar.
Justamente do Estádio Adolfo Konder partiria uma das novas vias planejadas para a cida-
de naquela década de 1930, a Avenida Mauro Ramos. Com dois quilômetros de extensão
praticamente em linha reta, a avenida – cujo traçado eliminou uma série de pequenas
ruas – proporcionou uma ligação direta entre os extremos da região central da cidade.
Outra novidade desse período foi a inauguração da segunda ala do Mercado Públi-
co, o que permitiu uma divisão mais organizada das lojas. As peixarias ficariam na
Rua Felipe Schmidt ala mais próxima ao mar, onde os barcos atracavam, e os demais estabelecimentos
ocupariam a outra ala. O espaço entre as duas alas deu origem ao vão
central, que em 2016 ganhou uma cobertura.
Em 1932, depois do fechamento do Instituto Politécnico no ano anterior,
José Boiteux articulou a criação da Faculdade de Direito de Santa Cata-
rina. Instalada num prédio da Felipe Schmidt que fazia esquina com a
Praça XV de Novembro, a instituição começou com a matrícula de apenas
23 alunos e dependia, nos primeiros anos, da abnegação de Boiteux e de
outros professores que se dispuseram a trabalhar sem remuneração. Surgia
ali o embrião da futura Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Por conta do espírito jocoso ilhéu, fonte de inúmeras histórias engraça-
das, a instituição ganhou um apelido inusitado. Tudo começou quando
um certo cidadão, provavelmente míope, leu o recém-instalado letreiro
como se fosse “Alfaiataria do Didico”, em vez de “Faculdade de Direito”.
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