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Cenas da primeira O interesse pela música fazia parte da cultura local desde os primórdios da coloniza-
década do século: ção da Ilha. Era com grande expectativa, portanto, que a cidade aguardava a visita
acima, o movimento
de pedestres na Rua do famoso flautista e compositor Patápio Silva, em 1907. Negro que havia rompido
Trajano, com a Igreja barreiras para frequentar o universo da música erudita, ele havia se destacado como
do Rosário ao fundo. aluno do Instituto Nacional de Música, no Rio de Janeiro, tornando-se autor de gra-
Na página ao lado,
o flautista Patápio vações fonográficas pioneiras no Brasil.
Silva, que morreu
misteriosamente em Patápio chegou a Florianópolis em meio a uma excursão pelo Sul do país. Antes da
Florianópolis; tentativa tão esperada apresentação marcada para o Clube 12 de Agosto, ele adoeceu repen-
frustrada de fazer
voar um balão de ar tinamente. Depois de alguns dias de piora progressiva, morreu no quarto do Hotel
quente; condições da do Comércio, onde estava hospedado. Tinha apenas 26 anos. A causa oficial foi
Rua da Trindade (atual influenza, mas correram boatos de que o famoso músico teria sido envenenado no
Arcipreste Paiva, nos
fundos da Catedral bocal da própria flauta a mando de um comerciante local que se interessara pela
Metropolitana) antes atriz italiana Laly Mafaldi, que o acompanhava na turnê.
do calçamento
Houve grande comoção na cidade e em todo o país. A importância de Patápio no
cenário nacional pode ser simbolizada por este trecho do livro Clara dos Anjos, de
Lima Barreto: “De uns tempos a esta parte, porém, a flauta caiu de importância, e
só um único flautista dos nossos dias conseguiu, por instantes, reabilitar o mavioso
instrumento – delícia, que foi, dos nossos pais e avós. Quero falar do Patápio Silva.
Com a morte dele a flauta voltou a ocupar um lugar secundário como instrumento
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