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om as facilidades proporcionadas pela popularização da tipografia, multiplica-

               C ram-se na cidade os pequenos jornais, de duração efêmera, com fins satíricos
               ou de pura fofoca. Oh! Ferro!!, lançado em 1902, deixou claro seus objetivos: “Pro-
               metemos à rapaziada da troça que faremos crítica e crítica encarniçada aos namo-
               radores. Às nossas gentis leitoras prometemos também expor-lhes as ações de seus

               namorados que as andarem enganando”.


               Nessa mesma época, O Brasil divulgou o resultado do concurso de beleza promovido
               entre os leitores. Por apenas um voto de diferença – 76 a 75 –, Inih Vidal, filha do

               desembargador Genuíno Vidal, o deputado que havia proposto a troca do nome da
               cidade para Florianópolis, superou Diamantina Rebello e ficou com o título de moça
               mais bonita de Florianópolis. Ela se casaria com Manoel Branco, empregado da firma

               Carl Hoepcke, com direito a ter a banda Amor à Arte tocando na festa. Na pequena
               cidade de então, as histórias se cruzavam.


               A Confeitaria do Chiquinho, aberta em 1904 na esquina da Rua da República (atual
               Felipe Schmidt) com a Trajano, tornou-se o ponto de encontro da sociedade local,

               status que manteria ao longo de toda a primeira metade do século. Um dos atrativos
               era a empada, receita secreta da família do proprietário, Francisco Künzer, o Chiqui-
               nho. O negócio cresceu tanto que a construção original daria lugar, na década de

               1920, a um prédio de três andares, o maior da cidade à época.


               “Modernidades” como essas se concentravam na região central da cidade. Nas comunida-
               des mais distantes, predominavam os hábitos tradicionais. Um exemplo era o curioso uso
               de pandorgas (conhecidas em outras partes do país como “pipas” ou “papagaios”) como

               auxiliares na pesca, método conhecido à época como “feiticeira de espinhel”. Um fio com
               dezenas de anzóis era amarrado à pandorga e, com isso, movimentava-se suavemente so-
               bre o mar. Algumas horas depois, era só recolher os peixes que haviam mordido as iscas.



               Nessa época, a cidade já demonstrava a incrível capacidade de produzir figuras inte-
               ressantes, como o maestro e compositor José Brasilício de Sousa, autor da melodia
               do Hino do Estado de Santa Catarina. Professor de música mais destacado daquela

               geração, ele era também astrônomo e estudioso do volapuque, código de palavras
               desenvolvido com o propósito de se tornar um idioma universal, a exemplo do espe-
               ranto. Colecionador de pianos, chegou a ter 36 exemplares do instrumento.





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