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praças da Europa e conduzidos por uma frota de navios a vapor e a vela, em contínuas
viagens transatlânticas entre aquelas cidades e Santa Catarina”.
O empreendedor Carl Hoepcke deixara a Alemanha em 1863, aos 19 anos, acompa-
nhado pela mãe viúva e dois irmãos mais novos. Instalou-se inicialmente na Colônia
Blumenau e, três anos depois, mudou-se para Desterro, para trabalhar na casa co-
mercial do tio, Ferdinand Hackradt. Com o tempo, Hoepcke tornou-se sócio e acabou
assumindo o comando do grupo, início de uma fase de grande diversificação.
Ele fundou a Empresa Nacional de Navegação Hoepcke, que transportava passageiros
e abastecia Santa Catarina com mercadorias de diversos tipos. Depois ampliaria os
negócios com o estaleiro Arataca, para reparo e construção de embarcações, além de
fábricas de rendas e bordados, de pregos e de gelo, recurso importante para o trans-
porte de produtos perecíveis, a exemplo de peixes.
O porto de Florianópolis era movimentado naquele período. “Vezes há em que esse
movimento atinge proporções extraordinárias, como por ocasião da safra de certos
produtos do Estado, ou quando a feira bissemanal dos colonos alemães coincide com
a estada no porto de navios de guerra, ou com a entrada ao mesmo tempo de dois
Carl Hoepcke (sentado)
ou mais paquetes da carreira. Isto sem falar nos três ou quatro vapores platenses que com a família: suas
durante todo o inverno se ocupam, em duas e três viagens semanais, no comércio empresas, como a
fábrica de pregos
exclusivo de banana; sem falar ainda na frota de iates de Laguna, que, uma vez por
(abaixo), marcaram
mês aborda o ancoradouro com cargas de cereais”, registrou Várzea. época na capital
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