Page 77 - ebook_LIVRO_FLORIANOPOLIS_350ANOS
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uita gente chegou ao ano de 1900 com sensação de alívio. O astrônomo aus-
               M tríaco Rudolf Falb havia previsto que o cometa Biela se chocaria com a Terra no

               dia 13 de novembro de 1899, o que extinguiria todas as formas de vida no planeta.


               Como a catástrofe não aconteceu, era hora de voltar as atenções aos problemas reais.

               Um deles era a peste bubônica. Em Florianópolis, a superintendência municipal distri-
               buía desinfetantes e veneno contra ratos, que deveriam ser imediatamente queimados
               quando encontrados mortos. Febre amarela e cólera eram outras ameaças permanentes.


               O medo das epidemias incentivou um novo hábito entre a classe abastada da cidade,

               composta basicamente por comerciantes, militares e políticos: estabelecer residência
               em chácaras distantes do epicentro do aglomeramento urbano. Um dos “arrabaldes”
               prediletos era a Praia de Fora, localizada no final da atual Rua Esteves Júnior. Eram

               apenas dois quilômetros de afastamento, mas já parecia suficiente para proporcionar
               uma sensação de tranquilidade.


               Ali, o mar começou a ser valorizado como paisagem, por influência do que vinha
               ocorrendo no Rio de Janeiro. As casas passaram a ser voltadas ao oceano – até en-






















                                                                                                     Na outra página,
                                                                                                     registro da Rua
                                                                                                     Bocaiúva, em 1900.
                                                                                                     Ao lado, residência
                                                                                                     da família Linhares,
                                                                                                     na esquina das
                                                                                                     ruas Vidal Ramos e
                                                                                                     Jerônimo Coelho,
                                                                                                     terreno hoje ocupado
                                                                                                     pelo Ceisa Center





                                                                                                                            73
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