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tão, era normal que fossem construídas de costas para as praias, com o objetivo de
facilitar o arremesso dos dejetos domésticos.
O banho de mar logo começaria a se popularizar – inicialmente como terapia, reco-
mendada pelos médicos, e depois como mera recreação. Foi preciso atualizar a legis-
lação, pois a prática era classificada como atentado ao pudor pelo Código de Postu-
ras Municipal. Ir à praia em trajes sumários poderia causar até prisão. Para manter a
juventude distante da tentação de um refrescante banho, espalhava-se o boato de
que a água do mar causava debilidade mental.
Assim como ocorreu com outras capitais brasileiras, o novo século chegou a Floria-
nópolis em meio a políticas públicas que tinham o objetivo de higienizar a cidade.
Eram reformas baseadas na criação de espaços urbanos modernos e limpos, para que
a elite pudesse desfrutar de ambientes agradáveis. Já a pobreza seria relegada a
Rua Bocaiúva, na áreas mais afastadas e escondidas – surgiam, assim, as favelas nos morros e núcleos
Praia de Fora, reduto habitacionais periféricos desprovidos de infraestrutura.
das famílias ricas no
início do século 20 –
o registro foi O novo Mercado Público foi inaugurado, em 1899, como um dos símbolos desse
feito em 1913 esforço civilizatório. Depois de três anos de construção, ficou pronta a primeira
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