Page 78 - ebook_LIVRO_FLORIANOPOLIS_350ANOS
P. 78

tão, era normal que fossem construídas de costas para as praias, com o objetivo de

                                    facilitar o arremesso dos dejetos domésticos.


                                    O banho de mar logo começaria a se popularizar – inicialmente como terapia, reco-
                                    mendada pelos médicos, e depois como mera recreação. Foi preciso atualizar a legis-

                                    lação, pois a prática era classificada como atentado ao pudor pelo Código de Postu-
                                    ras Municipal. Ir à praia em trajes sumários poderia causar até prisão. Para manter a
                                    juventude distante da tentação de um refrescante banho, espalhava-se o boato de
                                    que a água do mar causava debilidade mental.



                                    Assim como ocorreu com outras capitais brasileiras, o novo século chegou a Floria-
                                    nópolis em meio a políticas públicas que tinham o objetivo de higienizar a cidade.

                                    Eram reformas baseadas na criação de espaços urbanos modernos e limpos, para que
                                    a elite pudesse desfrutar de ambientes agradáveis. Já a pobreza seria relegada a
            Rua Bocaiúva, na        áreas mais afastadas e escondidas – surgiam, assim, as favelas nos morros e núcleos
            Praia de Fora, reduto   habitacionais periféricos desprovidos de infraestrutura.
            das famílias ricas no
            início do século 20 –
            o registro foi          O novo Mercado Público foi inaugurado, em 1899, como um dos símbolos desse
            feito em 1913           esforço civilizatório. Depois de três anos de construção, ficou pronta a primeira









































     74
   73   74   75   76   77   78   79   80   81   82   83