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Praça XV de Novembro lugar no novo, pois isso dependia de indicação política e os políticos da situação
nos primeiros anos abriam espaço para correligionários e simpatizantes. Em meio ao luto decorrente da
de existência,
ainda cercada Chacina de Anhatomirim, Florianópolis vivia polarizada entre os saudosistas da Monar-
(à direita na foto) quia e os republicanos convictos, muitos dos quais justificavam as ações violentas do
governo Floriano Peixoto pela necessidade de consolidar o novo sistema de governo.
A cidade da virada do século teve seu retrato desenhado em detalhes pelo livro Santa
Catarina, a Ilha, de Virgílio Várzea, publicado em 1900. “As principais ruas de Floria-
nópolis são em geral retas, planas e bem calçadas”, descreveu Várzea. “Quatro delas
representam o centro comercial, a city – como diríamos se se tratasse de uma grande
capital – e são as denominadas Altino Correa (que é a mais importante), João Pinto,
Trajano e República.”
Essas ruas são, na ordem, as atuais Conselheiro Mafra, João Pinto, Trajano e Feli-
pe Schmidt. Enquanto as outras três formam uma quadra que ainda hoje permanece
como a região mais movimentada, a menção à João Pinto, do outro lado da Praça XV
de Novembro, revelava uma tendência de expansão do Centro.
A Rua Altino Correa, citada pelo escritor como “a mais importante”, sediava a grande
casa comercial Carl Hoepcke & Cia., “a mais notável do Estado, que é um depósito
completo de toda a sorte de gêneros e artigos, importados diretamente das principais
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