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em tempos de democrAcIA                                                                      47





               propriedades nos estados unidos cuja produtividade chegava a 200 sacas de
               milho por hectare, mais do que o dobro obtido em Palmitos na época, cerca

               de 80 sacas por hectare. Quando voltou e contou o que havia visto, muita
               gente considerou impossível. Hoje, a produção média de milho entre os
               associados da cooper a1 se aproxima cada vez mais de 200 sacas por hectare.


               a gestão de Temp foi marcada pelos investimentos na profissionalização

               dos associados e no aprimoramento técnico do quadro de funcionários. a
               informatização ganhou espaço tanto na produção, crescentemente apoiada
               na mecanização agrícola, quanto nos processos internos de gestão.


               em 1985, a cooperativa adquiriu seu primeiro computador, com três termi-
               nais. um deles passou a ser usado por clovanir ehlers, de apenas 14 anos à

               época. ele havia sido contratado alguns meses antes como maloteiro, função
               em que pegava ônibus para transportar malotes com documentos entre as
               filiais, mas por força das novidades acabou sendo convocado para atuar
               como digitador. “até então a cooperativa preenchia à mão planilhas que
               eram enviadas a chapecó, onde os dados eram inseridos em computadores
               por uma prestadora de serviços e enviados de volta em forma de relatórios.

               com a chegada dos nossos computadores, começamos a fazer esse trabalho
               internamente”, descreve clovanir. aos 17 anos ele assumiu a chefia do setor
               de informática, onde permaneceu por duas décadas, até ser convidado em
               2008 para a gerência administrativa, cargo que continua ocupando.


               Naquele período pré-internet, os dados eram transmitidos por meio de

               disquetes, que precisavam ser levados fisicamente de uma filial para a
               outra. certa ocasião, para “driblar” uma estrada bloqueada por conta de
               uma enchente, os técnicos de informática usaram um barco a remo para
               transportar um disquete. era tudo tão novo, que certa vez o servidor deixou
               de funcionar e, como era um problema mais sério, foi preciso esperar três
               meses pela vinda de um técnico do Japão.



               logo, três outras máquinas seriam instaladas nas filiais de caibi, Mondaí
               e iporã do oeste. uma decisão arrojada para a época, especialmente para
               uma instituição do interior ligada essencialmente às coisas da terra, foi
               adquirir um servidor próprio e uma série de softwares gerenciais, fornecidos
               por uma empresa de São leopoldo (rS), que prestava assistência técnica

               remota. “Tivemos que aprender na prática como mexer em programação
               e fazer manutenção dos equipamentos”, diz clovanir. essas ferramentas
               ajudaram a impulsionar os negócios da cooperativa, pois facilitaram as
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