Page 32 - COOPER A1: 85ANOS
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                                    Mesmo com todos esses obstáculos, os associados tinham convicção da
                                    importância da cooperativa e estavam decididos a mantê-la viva. enquanto

                                    a presidência da cooperativa era assumida por Frederico einloft, que ficaria
                                    20 anos no cargo, Winckler, alemão de nascimento – e, portanto, inimigo
                                    do Brasil naquele momento –, demonstrava boa vontade ao ensinar os as-
                                    sociados a escrever em português, escapando assim de uma possível prisão.



                                    o otimismo que tomou conta do planeta com o final do conflito, em 1945,
                                    contagiou também os agricultores de Palmitos, dispostos a se dedicar
                                    ainda mais ao trabalho para o progresso de toda a região. a cooperativa
                                    adquiriu seu primeiro caminhão, um chevrolet Gigante – que, apesar da
                                    precariedade das estradas da região e de alguns acidentes que seriam
                                    registrados dali em diante, tornou bem mais ágil o processo de entrega

                                    dos produtos.


                                    Winckler seguia à frente da cooperativa com seu estilo de gestão marcado
                                    pela simplicidade – as comunicações com os associados, a prestação de
                                    contas, as convocações para reuniões, tudo era apenas pregado na porta.
                                    ao mesmo tempo, ele seguia à risca procedimentos formais como fechar a

                                    contabilidade diariamente, sem deixar de realizar os respectivos registros
                                    nos documentos. Quando Winckler viajava ou saía a campo, leonora e os
                                    filhos mais velhos cuidavam dos negócios, fazendo com que a cooperativa
                                    e a família se tornassem praticamente uma coisa só nas primeiras décadas.


                                    os associados mais antigos da cooper a1 lembram bem da dedicação da

                                    família Winckler. Walter Dacroce, que iniciou a vida trabalhando com o
                                    sogro na plantação de fumo, chegava a colher 130 arrobas, o que exigia
                                    cerca de 50 carroçadas até a cooperativa para entrega da produção. os
                                    quatro quilômetros eram percorridos em mais de uma hora pelos bois,
                                    sob o calor do verão, época da colheita do fumo. ao chegar à sede da
                                    cooperativa, era normal encontrar uma fila grande, de até 30 carroças.

                                    Winckler, muitas vezes ajudado pela mulher e pelos filhos, recebia todos
                                    com entusiasmo e classificava cuidadosamente o fumo para definir quanto
                                    seria pago. “era um homem bom e correto”, lembra Dacroce.




                                                                                              Todos posando
                                                                                              orgulhosos no
                                                                                                caminhão da
                                                                                                cooperativa
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