Page 108 - Águas Subterrâneas: um Patrimônio Catarinense
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ÁGUAS SUBTERRÂNEAS, UM PATRIMÔNIO CATARINENSE



               Todas essas questões levantadas pelos pesquisadores do Projeto RGSG são do interesse
               dos Comitês de Gerenciamento dos Recursos Hídricos das respectivas bacias, conforme
               estabelece a Lei 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que instituiu a Política Nacional de Recursos
               Hídricos, implementada em nosso Estado pela Secretaria Estadual do Desenvolvimento
               Econômico Sustentável, por meio da Diretoria de Recursos Hídricos.


               As relações entre os Comitês de Bacia, os municípios e o Estado, bem como entre os estados
               e os quatro países de ocorrência dos aquíferos Guarani e Serra Geral, que são transfrontei-
               riços, vêm sendo intensivamente estudadas nas Metas 3 e 4 do projeto, sob a coordenação
               da professora Maria de Fátima S. Wolkmer, idealizadora e responsável pela implementação
               do Projeto RGSG, atualmente na Unesc, e da professora Noemia Bohn, da FURB. Noemia
               orientou a análise internacional da legislação de recursos hídricos da Argentina, do Paraguai
               e do Uruguai e também o abrangente Estudo Comparado da Legislação Voltada à Gestão dos
               Recursos Hídricos nos Estados Brasileiros, e ambos contemplam a ocorrência do SAIG/SC no
               Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná, em São Paulo, no Mato Grosso, no Mato
               Grosso do Sul, em Goiás e em Minas Gerais.


               Em sua tese, Gestão Integrada de Recursos Hídricos: Papel, Potencialidades e Limitações dos
               Comitês de Bacias Hidrográficas, Larissa Trindade (2016) faz um alerta: “Para fortalecer os
               comitês de bacia tornando-os uma instituição representativa e reconhecida pela comunidade
               como legítima gestora dos recursos hídricos da bacia é fundamental desenvolver ações de
               capacitação de seus participantes. E ainda promover o envolvimento e a sensibilização da
               sociedade da bacia quanto à problemática ambiental existente bem como sobre os desafios
               para se alcançar uma gestão ambiental eficiente. Articular todos os agentes em favor da
               gestão eficiente das águas é, também, estabelecer acordos políticos em várias escalas, da
               municipal à estadual, sendo esse o maior desafio para a sua plena atuação”.
















                                                                     Bacia Hidrográfica do extremo
                                                                   oeste na região de Itapiranga/SC



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