Page 101 - Livro Cooperja 50 anos
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Décima edição
                                                                                       do Encontro de
                                                                                       Jovens Agricultores
                                                                                       Cooperativistas
                                                                                       Catarinenses
                                                                                       (EJACC), organizada
                                                                                       pela Cooperja
                                                                                       em 2007.





                     Por mais que se trabalhasse para acolher e      produtores gaúchos vinham enfrentan-

                     conquistar os jovens para um futuro ligado      do. Adeptos do método convencional de
                     à atividade cooperativista, as famílias preci-  plantio, eles sofriam com a infestação de

                     savam lidar com uma nova realidade. Como        arroz vermelho, difícil de controlar. Já os
                     o número de filhos já não era tão grande, e     rizicultores catarinenses utilizam o siste-
                     muitos dos jovens desejavam buscar opor-        ma de plantio pré-germinado, eficiente no

                     tunidades em grandes centros, a mecani-         controle do arroz vermelho. Áreas até então
                     zação das lavouras era fundamental para a       condenadas se tornavam viáveis quando
                     sobrevivência dos negócios. Para viabilizar     sistematizadas e cultivadas no sistema ala-

                     o investimento em automação, era preciso        gado, praticado pelos catarinenses desde
                     plantar em áreas maiores.                       a década de 1980.



                     O perfil de pequenos produtores tornava-se      Criaram-se, assim, as circunstâncias
                     progressivamente mais raro. Com a escassez      ideais para que a Cooperja ampliasse suas

                     de terras e a necessidade de viabilizar fi-     atividades para o Rio Grande do Sul. O
                     nanceiramente a mecanização das lavouras,       recebimento de arroz em território gaú-
                     muitos agricultores do sul de Santa Catarina    cho começou em 2002, como uma etapa

                     passaram a buscar áreas no Rio Grande do        de teste para o projeto de instalação de
                     Sul propícias ao plantio de arroz. Enquanto     uma unidade própria de beneficiamento.
                     Santa Catarina cultivava 140 mil hectares de    A oportunidade surgiu no município de

                     arroz, no Rio Grande do Sul havia 1 milhão      Santo Antônio da Patrulha, onde havia uma
                     de hectares adequados a essa cultura.           unidade de recebimento com capacidade
                                                                     para 240 mil sacas, pertencente a uma

                     As negociações das terras foram impul-          cooperativa rízicola local em processo de
                     sionadas pelas dificuldades que muitos          encerramento das atividades.




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