Page 160 - A Herança Alemã de Santa Catarina
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                                                                    Com muita fé em suas ideias, os três sócios criavam uma em-
                                                                    presa que hoje é reconhecida como uma das maiores fabri-
                                                                    cantes de equipamentos elétricos do mundo, com números
                                                                    impressionantes: faturamento anual de R$ 9,5 bilhões, mais de
                                                                    um milhão de metros quadrados construídos e quase 30 mil
                                                                    colaboradores – entre eles, mais de 3.000 engenheiros. Das suas
                                                                    fábricas saem, a cada ano, 16 milhões de motores.


                                                                    Conhecer um pouco mais da trajetória dos fundadores ajuda a
                                                                    entender o sucesso alcançado pela empresa. Werner Ricardo
                                                                    Voigt começou a se interessar por eletricidade por influência do
                                                                    avô, que mantinha uma pequena oficina caseira. Os livros em
                                                                    que se inspirava para entender mais da matéria eram escritos em
                                                                    alemão. O jovem Werner conseguiu um emprego na oficina do
                                                                    senhor Purnhagem e fez da eletroeletrônica a sua especialidade.
                                                                    Quando decidiu abrir uma empresa com Eggon e Geraldo, em
                                                                    1961, já era dono de uma oficina bastante produtiva.

                                                                    Eggon João da Silva nasceu em 1929 em Schroeder, nas pro-
                                                                    ximidades de Jaraguá, filho de um professor e historiador de
                                                                    origem açoriana e de uma descendente de húngaros. Criado
                                                                    sob forte influência germânica do norte catarinense, ele es-
                                                                    tudou na escola fundada pelo pai. Ao completar 14 anos,
                                                                    passou a trabalhar numa agência bancária, onde adquiriu
                                                                    conhecimentos de administração que seriam muitos úteis em
                                                                    seu futuro. Em 1957, aos 28 anos, virou sócio da João Wiest
                                                                    & Cia Ltda, especializada em produção de canos de escape
                                                                    para veículos. Quatro anos depois, resolveu vender as ações
                                                                    da empresa para tocar o negócio de motores ao lado de seus
                                                                    dois novos sócios.


                                                                    Geraldo Werninghaus era um expert em mecânica. Filho de
            No dia da condecoração do mérito da                     um imigrante alemão que se estabeleceu em Joinville, desde
            indústria, em 2007, Werner (esq) recebe
            abraço do amigo Eggon. Acima, os                        cedo ele trabalhou na oficina do pai, um participante ativo da
            fundadores exibem um dos motores WEG                    crescente industrialização da cidade. O rapaz logo se desta-
                                                                    cou, habilitando-se para criar novas máquinas para aumentar a
                                                                    eficiência das linhas de montagem ou para descobrir maneiras
                                                                    mais fáceis de construir um motor elétrico. Diziam que Geraldo
                                                                    tinha a mesma vontade de vencer do avô, que havia percor-
                                                                    rido a Rússia e a Polônia prestando serviços como artesão e
                                                                    ferramenteiro. Com o pai, ele aprendeu a disciplina que deve
                                                                    reger uma oficina.





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