Page 12 - A Herança Alemã de Santa Catarina
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dO AlpiniSmO AgrÁriO AO mOdelO
empreSAriAl de primeirO mUndO
O saudoso governador Jorge Lacerda escreveu um artigo lapidar, intitulado Ao pé da
lareira catarinense, em que destaca a influência do DNA do imigrante europeu no
sucesso da colonização e da ocupação territorial do nosso estado, dando-lhe carac-
terísticas peculiares, dentre elas os genes do empreendedorismo.
Alemães, italianos, poloneses e outras etnias europeias mesclaram-se aos brasileiros
nativos, descendentes de portugueses, e, com influência da sólida formação religiosa,
preponderantemente evangélica luterana, foram construindo um estado onde foram
priorizados trabalho, investimentos familiares e sólidos princípios éticos e morais.
Do desafio inicial de vencer as intempéries, os silvícolas e a topografia agreste e aci-
dentada do solo, passaram a revelar os estímulos de uma herança europeia baseada
no conhecimento e nas tradições de seus respectivos países de origem.
O marco inicial da colonização em Santa Catarina ocorreu com a chegada de 523
imigrantes alemães católicos, e algumas famílias luxemburguesas, a São Pedro de
Alcântara, em 1828, onde fundaram a primeira colônia de europeus imigrantes nesse
território. A partir de 1875 começaram a chegar italianos, que se fixaram no sul do esta-
do e no médio e alto Vale do Itajaí, expandindo-se paulatinamente para o centro-oeste
e para o extremo-oeste catarinense.
Com o processo de industrialização, surgiram as primeiras empresas familiares, pre-
ponderantemente nos ramos industriais têxtil, metalomecânico e cristaleiro, e inves-
timentos em estradas, ferrovias, usinas hidroelétricas e portos.
Desde os primórdios da colonização europeia, todavia, houve uma acentuada pre-
ocupação com a conservação da natureza, destacando-se algumas figuras humanas
que se notabilizaram pela preservação ambiental.
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