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Cooperativismo no governo militar



                  Em 1964, as cooperativas passaram a ser alvo da atenção do go-
            verno militar. Os militares receavam tentativas de insurgência entre os
            associados dessas organizações, considerando-se os ideais socialistas
            que faziam parte das origens da doutrina. Várias ações começaram a ser
            realizadas para aumentar o controle sobre o cooperativismo ou enfra-
            quecê-lo. Ao criar o Sistema Financeiro Nacional, por exemplo, o go-
            verno praticamente extinguiu as cooperativas de crédito.
                  Presentes em diferentes segmentos da sociedade, as cooperati-
            vas catarinenses aumentaram seu poder de mobilização. Decidiram
            criar um órgão representativo, capaz de fazer frente às novas medidas
            regulatórias impostas pelo governo federal. Assim surgiu a Associa-
            ção das Cooperativas de Santa Catarina (Ascoop), em 1º de agosto de
            1964. Liderada pelas cooperativas de consumo, a Ascoop represen-
            tou o primeiro movimento rumo a um futuro sistema cooperativista
            no estado.
                  A mobilização ocorreu também no plano nacional. Depois de uma
            longa negociação, as duas instituições nacionais que representavam o
            cooperativismo – a Associação Brasileira de Cooperativas (Abcoop) e
            a União Nacional das Associações Cooperativas (Unasco) – decidiram
            juntar forças em 1969. Surgia, assim, a Organização das Cooperativas





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