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abolição oficial assinada pela Prince-
sa Isabel, o presidente da Câmara Mu-
nicipal de Desterro, Eliseu Guilherme
da Silva, enviou um comunicado ao
presidente da província dando conta
de que não havia mais nenhum escra-
vo na capital catarinense.
Não foi um avanço pelo qual os es-
cravos de Desterro esperaram passi-
vamente. Os jornais da época regis-
tram muitos anúncios de cativos que
haviam conseguido escapar, com
oferta de prêmios em dinheiro por
informações. A intenção dos fugi-
tivos era sair da Ilha a bordo de al-
guma embarcação que passasse pelo
porto, ou então superar a fase mais
intensa de procura escondendo-se
na mata ou nos pequenos quilom-
bos que ofereciam apoio para esses
casos, instalados normalmente em
locais remotos e de difícil acesso. Esse tipo de organização se tornara comum Detalhes da região
na Ilha nas décadas anteriores à Abolição. central de Desterro
em 1876. A planta
topográfica foi
As turbulências políticas do final do século levaram à Proclamação da República, em produzida durante o
1889. Acompanhado por muitas tensões e rearranjos de poder, esse evento resultaria, governo de Alfredo
alguns anos depois, em circunstâncias trágicas para Desterro – a execução de quase Taunay como presidente
da província de
200 de seus moradores e a troca do nome da cidade para Florianópolis. Santa Catarina
Esses episódios tiveram origem com a eclosão da Revolta da Armada, no Rio de Ja-
neiro, em setembro de 1893. O objetivo era depor Floriano Peixoto da presidência.
O movimento foi combatido e os revoltosos seguiram rumo ao Sul, liderados pelo
capitão de mar e guerra Frederico de Lorena. Ele decidiu tomar Desterro, terra onde
havia passado a infância, e declará-la “capital provisória da República”.
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