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Artigo
A FORÇA DA COOPERAÇÃO CHEGA AO
MERCADO DE SEGUROS
história do cooperativis- em um dos mercados mais estratégicos impulsionando o desenvolvimento regio-
mo brasileiro ganhou um da economia brasileira. nal, gerando empregos e fortalecendo a
novo e importante capítu- proteção das famílias brasileiras.
lo. Com a sanção da Lei Antes dessa nova legislação, a atuação
Complementar 213/2025, das cooperativas estava restrita a segmen- Também estamos acompanhando uma
as cooperativas de seguros tos específicos, como o seguro agrícola, tendência global. No mundo, coopera-
A passam a integrar formal- o de saúde e o de acidentes de trabalho. tivas e mutualidades seguradoras já aten-
mente o Sistema Nacional de Seguros Agora, será possível oferecer também dem cerca de 889 milhões de pessoas,
Privados, conquistando o direito de atuar seguros automotivos, residenciais, de com prêmios que ultrapassam US$ 1,4
em quase todos os ramos do setor. vida, responsabilidade civil, entre outros trilhão. França, Estados Unidos, Alema-
– sempre em conformidade com a regu- nha e Japão são exemplos de países em
Essa vitória é fruto de uma articulação lamentação da Susep. É uma conquista que o modelo cooperativo ocupa uma
sólida e persistente do Sistema OCB, histórica, que corrige uma distorção an- fatia expressiva do setor – em alguns
em parceria com a Frente Parlamentar tiga e abre novas possibilidades de acesso casos, superior a 40%.
do Cooperativismo (Frencoop), a Su- à proteção para milhões de brasileiros.
perintendência de Seguros Privados O Brasil, com essa nova legislação, pas-
(Susep), o Ministério da Fazenda e di- Essa ampliação é um passo decisivo rumo sa a integrar esse grupo de países que
versos outros atores institucionais que à democratização dos serviços de seguros apostam em um modelo mais humano,
compreenderam a força transformadora no Brasil. Hoje, apenas 30% da frota de inclusivo e sustentável de fazer seguros.
da cooperação. Para além de uma mu- veículos no país conta com seguro. Em Um modelo em que o segurado tam-
dança legal, estamos diante do reco- muitas regiões, especialmente nas mais bém é dono, participa das decisões e
nhecimento da legitimidade do modelo distantes ou com baixa atratividade co- compartilha os resultados. É a lógica da
cooperativista como agente relevante mercial, a população ainda está desas- cooperação e do coletivo vencendo a
sistida. Com as cooperativas, a inclusão lógica da exclusão.
securitária com certeza chegará mais
longe. E com preços justos, atendimen- No Sistema OCB, seguimos vigilantes
to humanizado e soluções adaptadas às e propositivos. Estamos acompanhando
necessidades locais, características que já de perto cada etapa da regulamentação
marcam a atuação do nosso movimento. para garantir que essa nova realidade
seja implementada com equilíbrio, se-
O potencial é imenso. Em 2024, o mer- gurança jurídica e respeito às especifici-
cado segurador movimentou mais de R$ dades do cooperativismo. Nossa meta é
435 bilhões, com crescimento de 12,2%. clara: construir um mercado de seguros
Para 2025, a expectativa é de um au- mais justo, acessível e conectado às reais
mento de 10,1%, alcançando cerca de necessidades das pessoas.
6,4% do PIB nacional, segundo dados da
Confederação Nacional das Seguradoras O momento, agora, é de continuar unin-
Foto: Divulgção (CNseg). Com a entrada das cooperativas do forças para consolidar esse avanço e
fazer do cooperativismo um pilar estraté-
nesse ecossistema, estimativas indicam
que o setor pode crescer até 15% a mais,
gico da inclusão securitária no Brasil.
POR Tania Zanella
Superintendente do Sistema
OCB e presidente do Instituto
Pensar Agro (IPA)
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