Page 176 - A Herança Alemã de Santa Catarina
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Frey (Renar)
Pomares de maçãs
e caixas de 18
kg, usadas para
envio aos Ceasas
e exportação. Ao
lado, Willy Frey
Em 1925, René se casou com a descendente de russos Maria
Damaski. Cinco anos depois, já com dois filhos, Willy e Hugo,
o casal decidiu migrar para o Meio Oeste catarinense, instalan-
do-se em Perdizes, atual Videira. Arnoldo se casou com Lydia,
a única irmã de Maria, e também foi tentar a vida em Perdizes.
Os irmãos se tornaram sócios num matadouro e açougue, mais
tarde transformado em frigorífico.
Enquanto René se esmerava na produção, Arnoldo, a cavalo,
percorria as propriedades dos colonos da região para negociar
a compra de suínos gordos. Os dois tinham personalidades que
se complementavam. René era vibrante e obstinado – quando
colocava um projeto na cabeça, só sossegava após realizá-lo.
Já Arnoldo era mais diplomático e muitas vezes amenizava a
impulsividade do irmão.
Guilherme passou a dar aulas de alemão e de música (dominava Não tardou para que atingissem os mercados do Paraná e de São
vários instrumentos, incluindo violino e piano) em Triunfo (RS), Paulo, via estrada de ferro, e do Rio de Janeiro, onde as carnes
onde permaneceu por dois anos. Foi quando aceitou convite salgadas chegavam por navio. René, líder por natureza, tornou-se
para se transferir para a também gaúcha Panambi, partindo na uma espécie de prefeito informal de Perdizes. Ele liderou, entre
sequência para Castro (PR). Ali, seu primogênito, René, então outros projetos, a construção de uma ponte sobre o Rio do Peixe
com 19 anos, começou a trabalhar num açougue, onde aprendeu que deu acesso a uma região até então pouco frequentada.
a produzir salames e linguiças. Algum tempo depois, Arnoldo foi
trabalhar num frigorífico da maior empresa brasileira da época, Ao mesmo tempo em que consolidavam o bem-sucedido frigo-
as Indústrias Matarazzo. rífico, os irmãos Frey passaram a investir no negócio da serraria,
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