Page 80 - BUDDEMEYER 70 ANOS
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A TERCEIRA GERA Ç Ã O: ARRO JO E INO V A Ç Ã O
decisão daquele banco poderia vir a ser seguida pelos
demais, dando início a um efeito-dominó que deixaria
a Buddemeyer em situação extremamente delicada.
Rolf decidiu se antecipar a um quadro que poderia se
tornar irreversível. Viajou imediatamente a São Paulo
para consultar um respeitado escritório de advocacia na
área empresarial. Voltou em dois dias com um pedido
de concordata nas mãos, deferido pela justiça de São
Bento do Sul em 22 de maio de 1992. O prazo estipulado
era de dois anos. Isso queria dizer que a empresa teria
que se reerguer dentro desse período ou então fecharia
as portas. “O advogado que contratamos para montar
o processo da concordata perguntou se nossa intenção
era continuar o negócio ou não, pois isso definiria toda
a estratégia. Respondi que sim, que queríamos seguir”,
lembra Rolf. Na sequência, o advogado disse que, se
eles realmente queriam salvar a Buddemeyer, precisa-
riam estar dispostos a contribuir com todos os recursos
particulares, incluindo o patrimônio pessoal e a even-
tual obtenção de empréstimos como pessoas físicas.
Se não quisessem se envolver a tal ponto, enfatizou o
advogado, seria melhor vender a empresa. Rolf consul-
tou os demais sócios e ouviu uma resposta unânime:
“vamos salvar a Buddemeyer”. Um dos sacrifícios foi a
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