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cursos limitados no mercado, obter empréstimos no
sistema bancário se tornou mais difícil e caro.
Uma das possíveis soluções vislumbradas era encon-
trar sócios, mas ninguém se habilitou naquele momen-
to tão delicado. Como interromper as obras da nova
tinturaria estava fora de cogitação, pois isso poderia
gerar prejuízos irrecuperáveis, a única alternativa foi
recorrer a empréstimos bancários em condições des-
favoráveis. Todo o dinheiro que entrava passou a ser
destinado ao pagamento das contas, o que deixava a
empresa sem capital de giro.
A nova tinturaria começou a operar em 1º de maio de
1990, Dia do Trabalho. Tratava-se de um empreendimento
que colocava a Buddemeyer em outro patamar, nos mais
diversos sentidos – inclusive no ambiental, que logo ga-
nharia protagonismo global com a organização da Eco-92,
a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro.
Os jovens gestores da empresa estavam sentindo um certo
gosto agridoce, no entanto. Embora a nova tintura-
ria representasse um grande passo para o futuro da
Buddemeyer, o nível de endividamento decorrente
da obra era preocupante. Mesmo porque esses inves-
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